terça-feira, 4 de agosto de 2009

Das Coisas

Quando criei o blog, há quase um ano, me prometi que ele seria meu. Que não se tornaria uma obrigação chata mas um espaço da minha vida, das coisas cotidianas que quero jogar para fora. Sumi por uns dias. E só quero falar dessas coisas gostosas, que insistem em acontecer comigo apesar de tudo o que acontece no mundo. Me refiro a outros dois ótimos livros que me seduziram: Antes del fin, de Ernesto Sabato e "Los hombres invisibles", do colombiano Mario Mendoza.
O primeiro me fez chorar. De tristeza mesmo. Sabato, um dos maiores escritores argentinos, conta a sua vida, suas decepções. O problema não é a sua depressão ou a morte precoce do filho, isso já seria muito triste. O que me lançou uma espada no peito é a sua carta para a juventude, desesperançado, busca forças para mostrar que é possível acreditar na humanidade.
O segundo, do ainda jovem (tem 45 anos) colombiano Mendoza, é uma obra que relata a história de um homem que busca se encontrar. O cenário é a Colômbia cansada de guerra, dos paramilitares. Narrativa que traz profundas reflexões. Termino com a frase que ele toma como sua: "Eu, nós". A feliz conclusão de que só nós encontramos, de verdade, na coletividade. E que, no fundo, é impossível criar uma redoma ao nosso redor e esquecer o mundo. É preciso viver intensamente esse mundo e tratar de melhorá-lo.

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